Educar para o pensar espírita é educar o ser para dimensões conscienciais superiores. Esta educação para o Espírito implica em atualizar as próprias potencialidades, desenvolvendo e ampliando o seu horizonte intelecto-moral em contínua ligação com os Espíritos Superiores que conduzem os destinos humanos.(STS)
Base Estrutural do ©PROJETO ESTUDOS FILOSÓFICOS ESPÍRITAS (EFE, 2001): Consulte o rodapé deste Blog.
quarta-feira, 14 de outubro de 2015
A Autonomia da Consciência Desperta
O vocábulo autonomia origina-se do grego autonomos, de autos, “ele próprio”, e nomos, “lei”: “que se governa pelas suas próprias leis”. O filósofo Immanuel Kant diz que a autonomia consiste em ser simultaneamente “cidadão e legislador”.
A autonomia é a capacidade de autodeterminação. Um agente qualquer só pode ser considerado autônomo quando suas ações são verdadeiramente suas e não motivadas por influências ou fatores externos. Kant então verificou que a vontade também tem a capacidade de se colocar em conformidade com uma lei própria, que é a lei da razão. Neste sentido, o oposto da autonomia é a heteronomia, na qual a vontade é ditada pelos objetos do desejo e não mais pela razão.
Criado simples e ignorante, o Espírito, viajor do infinito segundo Plotino, vivencia estágios evolutivos, nos quais vai assimilando impressões e desenvolvendo todos os elementos constitutivos de sua natureza. A consciência vai desabrochando ao longo do tempo e situando-se conforme as Leis divinas que jazem no mais profundo do seu Ser.
A jornada do Espírito, portanto, consiste nesse desenvolvimento, com a natural conquista das responsabilidades que lhes são inerentes. Vontade e livre-arbítrio são os mecanismos condutores para este processo. Reencarnação e vida em planos de dimensões físicas e extrafísicas (por físico aqui entenda-se a consistência molecular da matéria densa) vão lhe conferir a necessária experiência de que carece para as aquisições definitivas de seu próprio desenvolvimento.
Ainda há que considerar as liberdades inerentes ao indivíduo,
que se manifestam conforme a sua integração nas sociedades em que vai sendo conduzido a viver: a liberdade sociológica, relacionada à autonomia individual em frente à sociedade, com garantias de liberdade civil ou política ; a liberdade psicológica, em que o indivíduo se sente “dono de si mesmo”; e a liberdade moral, como capacidade que o indivíduo tem de decidir-se a atuar de acordo com a razão sem se deixar dominar pelos impulsos e as inclinações espontâneas da sensibilidade.
O Espiritismo acentua os poderes da terceira liberdade, mencionada acima, como condutora do despertar gradativo da consciência, o qual confere ao Espírito as condições adequadas para a necessária, imprescindível e eterna ascensão a padrões evolutivos cada vez mais elevados. Quando o Espírito estaciona nas ilusões da matéria, surgem os mecanismos desse despertamento, e então as dores, os sofrimentos de maior ou menor intensidade se ocuparão de fazer com que retome a sua caminhada.
Se o nosso modelo é Jesus de Nazaré, conforme confirmam os Espíritos superiores a Allan Kardec, sigamos os seus exemplos, os seus ensinamentos, as suas virtudes, a sua vida.
Não há outra alternativa – vivemos momentos de transição moral;trazemos conosco os atavismos do passado milenar com a predominância de conflitos armazenados a requererem revisão. Nada a lamentar, portanto, os dramas atuais que a sociedade plantou em 6.000 anos de civilização, com menos de 100 anos de paz. Cabe-nos, hoje, a vivência espírita-cristã, como centenas já o fazem, semeando novos plantios de compaixão e fraternidade para que nosso futuro próximo ou longínquo nos traga o tão sonhado reino dos céus consciencial.
Sonia Theodoro da Silva
www.filosofiaespirita.org
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