Educar para o pensar espírita é educar o ser para dimensões conscienciais superiores. Esta educação para o Espírito implica em atualizar as próprias potencialidades, desenvolvendo e ampliando o seu horizonte intelecto-moral em contínua ligação com os Espíritos Superiores que conduzem os destinos humanos.(STS)
Base Estrutural do ©PROJETO ESTUDOS FILOSÓFICOS ESPÍRITAS (EFE, 2001): Consulte o rodapé deste Blog.
quinta-feira, 24 de dezembro de 2015
quarta-feira, 14 de outubro de 2015
A Autonomia da Consciência Desperta
O vocábulo autonomia origina-se do grego autonomos, de autos, “ele próprio”, e nomos, “lei”: “que se governa pelas suas próprias leis”. O filósofo Immanuel Kant diz que a autonomia consiste em ser simultaneamente “cidadão e legislador”.
A autonomia é a capacidade de autodeterminação. Um agente qualquer só pode ser considerado autônomo quando suas ações são verdadeiramente suas e não motivadas por influências ou fatores externos. Kant então verificou que a vontade também tem a capacidade de se colocar em conformidade com uma lei própria, que é a lei da razão. Neste sentido, o oposto da autonomia é a heteronomia, na qual a vontade é ditada pelos objetos do desejo e não mais pela razão.
Criado simples e ignorante, o Espírito, viajor do infinito segundo Plotino, vivencia estágios evolutivos, nos quais vai assimilando impressões e desenvolvendo todos os elementos constitutivos de sua natureza. A consciência vai desabrochando ao longo do tempo e situando-se conforme as Leis divinas que jazem no mais profundo do seu Ser.
A jornada do Espírito, portanto, consiste nesse desenvolvimento, com a natural conquista das responsabilidades que lhes são inerentes. Vontade e livre-arbítrio são os mecanismos condutores para este processo. Reencarnação e vida em planos de dimensões físicas e extrafísicas (por físico aqui entenda-se a consistência molecular da matéria densa) vão lhe conferir a necessária experiência de que carece para as aquisições definitivas de seu próprio desenvolvimento.
Ainda há que considerar as liberdades inerentes ao indivíduo,
que se manifestam conforme a sua integração nas sociedades em que vai sendo conduzido a viver: a liberdade sociológica, relacionada à autonomia individual em frente à sociedade, com garantias de liberdade civil ou política ; a liberdade psicológica, em que o indivíduo se sente “dono de si mesmo”; e a liberdade moral, como capacidade que o indivíduo tem de decidir-se a atuar de acordo com a razão sem se deixar dominar pelos impulsos e as inclinações espontâneas da sensibilidade.
O Espiritismo acentua os poderes da terceira liberdade, mencionada acima, como condutora do despertar gradativo da consciência, o qual confere ao Espírito as condições adequadas para a necessária, imprescindível e eterna ascensão a padrões evolutivos cada vez mais elevados. Quando o Espírito estaciona nas ilusões da matéria, surgem os mecanismos desse despertamento, e então as dores, os sofrimentos de maior ou menor intensidade se ocuparão de fazer com que retome a sua caminhada.
Se o nosso modelo é Jesus de Nazaré, conforme confirmam os Espíritos superiores a Allan Kardec, sigamos os seus exemplos, os seus ensinamentos, as suas virtudes, a sua vida.
Não há outra alternativa – vivemos momentos de transição moral;trazemos conosco os atavismos do passado milenar com a predominância de conflitos armazenados a requererem revisão. Nada a lamentar, portanto, os dramas atuais que a sociedade plantou em 6.000 anos de civilização, com menos de 100 anos de paz. Cabe-nos, hoje, a vivência espírita-cristã, como centenas já o fazem, semeando novos plantios de compaixão e fraternidade para que nosso futuro próximo ou longínquo nos traga o tão sonhado reino dos céus consciencial.
Sonia Theodoro da Silva
www.filosofiaespirita.org
O ALÉM E A SOBREVIVÊNCIA DO SER
A dinâmica de nossas existências atuais transferiu, para as religiões, os questionamentos sobre a natureza do Ser, suas origens, sua destinação e o porquê da dicotomia entre o ser espiritual e o ser público ou da vida real. Se a tecnologia nos aproximou uns dos outros, através dos smartphones, computadores etc., se a internet nos conecta em tempo real com o mundo, embora este seja um mundo vigiado e condicionado, nunca foi tão grande o desconhecimento quanto às questões que envolvem a morte e a possibilidade da continuidade da vida em outras dimensões.
Nos países de primeiro mundo, onde as universidades desenvolvem o saber, são raras as cadeiras de estudo sobre a sobrevivência do Espírito, tratado pejorativamente como “fantasma” ou como um ser diabólico que aterroriza os vivos, levandoos a processos patológicos e autodestrutivos, principalmente pelo cinema e pelos seriados de TV. Há o caso pioneiro da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, onde a paranormalidade é assunto sério. No Brasil, há estudos concernentes às experiências de quase morte por parte de pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora, em Minas Gerais. Ainda nos EUA, o dr. Raymond Moody Jr. investiga as possíveis relações entre os “mortos” e seus parentes vivos. Seu trabalho tem demonstrado, a partir de pesquisas realizadas sobre os oráculos na Grécia Antiga, onde as comunicações eram constantes e reais, que os contatos intramundos sempre fizeram parte de nossa civilização.
Sem dúvida que o Espiritismo, com o seu despojamento místico e mítico, trouxe-nos um outro cenário da vida após a morte: continuamos a existir e a consistir (consistência aqui são todos os arquivos de nossas experiências registrados em nosso inconsciente); continuamos a traçar os rumos de nossos destinos, continuamos a exercer o livre-arbítrio cada vez mais livre à medida que nos tornamos diretamente responsáveis pela Vida. E o nosso maior exemplo de que ela continua após a morte ainda é e será sempre Jesus, despojado da mitologia criada em seu derredor, consumido que foi ao longo dos séculos, pois misto de herói grego com profeta judaico. E é Ele quem volta, em toda a sua plenitude, a demonstrar que a morte não existe, não passa de invenção humana, produto do vazio existencial que habita este plano moral de existência, através da visão espírita, que não é religiosa no sentido ritualístico, mas libertadora, conscientizadora, reveladora.
Léon Denis, o consolidador do Espiritismo na França após o falecimento de Allan Kardec, traz reflexões extremamente atuais em sua vasta obra, na qual destacamos o pequeno grande livro que traz o título de nosso artigo, em que apresenta um elenco de provas capazes de confirmar a opinião de quem quer que investigue a chamada suposta vida após a morte. E finalizamos as nossas reflexões com suas palavras abaixo, deixando uma pergunta no ar: as relações humanas se modificariam para melhor se nos identificássemos como seres imortais?
“Não é um comovente espetáculo ver os que acompanham um enterro? A estes eu direi: o além é apenas o que nossos sentidos não atingem.”
Sonia Theodoro da Silva
www.filosofiaespirita.org
Jornal de Estudos Psicológicos - Ano VII l N° 32 Londres, Inglaterra.
sexta-feira, 1 de maio de 2015
A Ciência da Fé
Desde o surgimento da Ciência, ou
mais precisamente das ciências, a começar por Aristóteles, e posteriormente com
René Descartes, a religiosidade esteve apartada do desenvolvimento das
pesquisas científicas. A filosofia de Aristóteles dominou o pensamento europeu
a partir do século XII, porém, a revolução científica dos séculos XVI e XVII muda
este quadro inserindo mudanças nos métodos científicos. Sem dúvida que a
Ciência é uma das vozes da cultura humana, contudo, em não admitindo a força da
fé, principalmente no campo da medicina, mais precisamente nos tratamentos para
o restabelecimento da saúde humana, deixa de compartilhar de uma das mais belas
formas de integração do homem com a vida. Nos EUA, pesquisadores em
Neurobiologia dizem ter localizado no sistema límbico cerebral o deflagrador
das experiências religiosas. Essa região do cérebro vincula experiências
vividas a nosso universo emocional, e os testes realizados em monges budistas e
freiras católicas demonstraram as atividades cerebrais intensas quando em
estado de meditação e prece.
No Brasil, o neurocientista dr.
Ricardo Leme, ligado à Associação Médico-Espírita do Brasil, preconiza o desenvolvimento de sentimentos de
gratidão à vida e o que ele denomina de dom supremo (de Deus), o amor,
exemplificado por Jesus, para o bem estar físico, emocional e espiritual, pois
esses estados de alma agem nos neurotransmissores e nas endorfinas facilitando
a manutenção do estado de saúde e até a cura de enfermidades. Segundo ele, o
estudo da neurobiologia da fé talvez possa ser a ferramenta a mais na busca
pelo algo que falta à humanidade para o seu funcionamento mais harmônico como
um todo.
Jesus de Nazaré, em sua jornada
de paz sobre a Terra, dizia aos enfermos curados por seu amor: “a tua fé te
curou”, porém, acrescentava: “mas não tornes a pecar”, como um alerta à grande
responsabilidade que temos perante o dom da Vida e a oportunidade da
reencarnação, a nós concedidas pelo imenso amor de Deus. Façamos por merecê-las – hoje e sempre.
Sonia Theodoro da Silva - São
Paulo – SP
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